quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Mignone e Nazareth

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Ernesto Nazareth é um nome fundamental da história da música brasileira. São algumas personalidades que conseguiram sintetizar os dilemas de ser compositor numa longínqua periferia européia: José Maurício Nunes Garcia, no período da corte portuguesa; Carlos Gomes no 2º império; Ernesto Nazareth na 1ª república.

Ernesto Nazareth foi a síntese contraditória do erudito e do popular, do nacional e do estrangeiro, de Chopin e do maxixe. Mediador entre mundos culturais distintos que se juntaram na formação da música mais criativa do mundo.

Muito disso está discutido neste fabuloso texto de José Miguel Wisnik:

Machado maxixe

O que talvez seja pouco sabido, é que Nazareth foi uma influência importantíssima para nomes como Radamés Gnattali, Villa-Lobos e Francisco Mignone. Villa-Lobos era orgulhoso demais para assumir influência de quem quer que fosse. Mas é sabido que tocou violoncelo na mesma orquestra de cinema em que Nazareth tocava piano.

Já Francisco Mignone assume essa influência abertamente. Não vê motivo do que se envergonhar. Aliás, suas famosas Valsas de esquina devem tanto a Nazareth quanto à prática de seresta pelas ruas de São Paulo durante a adolescência de Mignone (na década de 1910).

Segue um vídeo onde Mignone já idoso conta de seu encontro com Nazareth

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