terça-feira, 25 de março de 2008

Os jesuítas e a música na América Portuguesa - I

A tese é um calhamaço de 950 páginas, das quais 700 páginas compõem um segundo volume de documentos transcritos, o que é um grande serviço a outros pesquisadores que podem consultar o material sem precisar deslocar-se até os arquivos. Aliás, o deslocamento aos arquivos foi uma atividade que deve ter sido penosa a Holler, pois foram consultados documentos originais em arquivos de Portugal, Roma, Vaticano, São Paulo e Rio de Janeiro, além de coligidas informações em milhares de páginas de documentos já publicados.

Holler faz um levantamento exaustivo de fontes, tentando suprir uma quase completa ausência de trabalhos que tratem da música feita durante o trabalho missionário dos Inacianos. Em sua banca estiveram dois grandes especialistas em música da América Portuguesa: Paula Castanha (UNESP) e Rogério Budasz (UFPR).

As limitações do trabalho estão na ótica musical que lhe dada. Explico-me. O autor não tem traquejo de historiador. A tarefa hercúlea de coligir documentos é altamente louvável, ainda mais que ele os coloca à disposição do leitor. Mas o tratamento dado aos documentos fica aquém do possível, até do desejável, eu diria. Mas isto seria cobrar do autor algo que estaria além da sua proposta e acima do seu preparo. Fica então a recomendação para historiadores de formação se debruçarem sobre o tema, trazendo as contribuições pertinentes.

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